11 de março de 2010

O Som e a Fúria

"Quando a sombra do caixilho apareceu nas cortinas era entre sete e oito horas e então eu já estava no tempo outra vez, ouvindo o relógio. Ele era do Avô, e quando o Pai o deu para mim disse: Quentin, eu lhe dou o mausoléu de toda a esperança e todo o desejo; é mais do que penosamente possível que você irá usá-lo para adquirir o reducto absurdum de toda experiência humana, mas não satisfará as suas necessidades individuais, como não satisfez as dele ou as de seu pai. Eu o dou a você não para que se lembre do tempo, mas para que o possa esquecer por alguns momentos e não gaste todo o seu fôlego tentando conquistá-lo. Porque nenhuma batalha se vence ele disse. Elas não são nem ao menos disputadas. O campo de batalha revela ao homem somente a sua loucura e desespero, e a vitória é uma ilusão dos filósofos e doidos."

FAULKNER, William, 1897-1962. O Som e a Fúria (The Sound and the Fury), EUA, 1929.

Um comentário:

Nilson Vellazquez disse...

Muito bom esse! "A vitória é uma ilusão dos filósofos e doidos".